Banheiros podem trazer riscos de contaminação

16/10/2012 12:16

 

Se os ambientes de uma casa pudessem ganhar personalidades tipicamente humanas, o banheiro seria o indivíduo mais contraditório e perigoso do lar. É nele em que os moradores fazem a higiene pessoal completa, desde o banho até os cuidados com os dentes. Por isso, é o cômodo que oferece os maiores riscos de contaminação. Se os cuidados básicos de limpeza não forem tomados, o banheiro pode ser a porta de entrada para doenças que vão atingir toda a família. O Portal ACESSA.com ouviu especialistas e preparou algumas dicas para deixar o banheiro livre dos riscos de contaminação por parasitos.

Em primeiro lugar, é preciso saber que um banheiro aparentemente limpo não o livra de microrganismos maléficos à saúde. O bom e velho sabão pode ajudar, mas necessita de uma companhia para reforçar a limpeza do ambiente. De acordo a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Doutora em Saúde Brasileira, Sandra Tibiriçá, o principal risco do banheiro está no contato direto da pessoa com as fezes.

Conhecidos popularmente como vermes, os parasitos com nomes nada atrativos, como áscaris, tricury, oxiúrus e giardia, podem provocar diarreia, dor abdominal, vômito e anemia. "Quando a pessoa não lava bem a mão, ainda corre o risco de pegar hepatite A, além de bactérias e vírus intestinais, entre eles o rotavírus e o adenovírus."

A hepatite A é uma doença transmissível que atinge o fígado e pode durar de 15 a 45 dias. O indivíduo contaminado pode ter as atividades diárias interrompidas, devido ao cansaço, à febre e ao amarelamento do olho, comuns com a enfermidade. Os vírus intestinais provocam vômito, diarreia e desidratação. Já as bactérias intestinais causam diarreia, febre e sangue nas fezes, sintomas que podem ser evitados com uma boa limpeza no ambiente.

 

Porém, o banheiro precisa ainda de outros cuidados. Com a umidade, o local se torna ideal para a proliferação de fungos, um dos grandes vilões para a pele humana. "Isso é mais comum em banheiros e vestiários de clubes, que têm um trânsito mais intenso de pessoas e o piso fica molhado em boa parte do tempo", explica Sandra. Não é a toa que certos fungos causam uma doença conhecida como pé de atleta, além da tinha da pele. As doenças trazem grande desconforto por causar irritação e coceiras na pele. A recomendação é deixar as toalhas de banho em local seco e ventilado.

Além das toalhas, a dica é guardar poucas coisas em ambientes úmidos, como o banheiro, ou manter os objetos secos. Para que a eficiência da higiene seja completa, os especialistas recomendam a utilização de toalhas de papel e do sabonete líquido, que reduzem a proliferação de microrganismos causadores de doenças. "O ideal também seria utilizar torneiras que fossem ativadas pelo pé, como acontece com as lixeiras."

 

Mas se a torneira que você usa ainda for acionada pelas mãos, o conselho é lavar a torneira da pia para eliminar possíveis parasitos que ofereçam risco de doenças. De acordo com Sandra, o principal produto químico que deve ser usado para acabar com os riscos de contaminação é o orto benzil p-clorofenol, encontrado em supermercados nos produtos da linha pinho. "Eles são mais eficazes do que a água sanitária. Matam até as bactérias que causam a leptospirose", esclarece a doutora. O produto deve ser aplicado em superfícies e também no chão do banheiro.

O banheiro ainda esconde outros perigos para a saúde. O armazenamento das escovas de dente segue a mesma recomendação que os outros objetos no ambiente. Mantê-los secos e em locais com baixa umidade pode evitar danos à saúde. Conforme explica o dentista Rodrigo Guerra de Oliveira, após usadas, as escovas devem ser muito bem enxaguadas e secas. "Hoje, existem capas que protegem a escova. Elas são ideais porque ao acionar a descarga do banheiro, bactérias são lançadas para o ar e podem atingir as cerdas das escovas".

O profissional ainda recomenda trocar as escovas de dente a cada três meses, além de manter os cremes dentais bem fechados e acondicionados em local de pouca umidade. "Sem esses cuidados, algumas bactérias, que não são naturais da cavidade oral, podem ser conduzidas até lá e causar alguma doença."